Existem os urubus do asfalto, que são aqueles olheiros de acidentes de trânsito que aparecem na hora da desgraça alheia para faturar comissão, existem os urubus dos relacionamentos pessoais, que são aqueles que inventam fofocas para separar casais e encostam no sofrimento, e existem os urubus da política, que são os diabinhos que ficam jogando gasolina na fogueira das vaidades para separar lideranças e na lacuna, entram pra beliscar as benesses do poder público ou para enfiar mais dinamite e implodir uma gestão.

Atenção, urubus! A nomeação de Roberto Paulino e a iminente ascensão de Jullys Roberto à titularidade na Assembleia, a partir de uma provável licença de Raniery Paulino, não fazem parte de uma estratégia de esvaziamento da liderança de Veneziano no MDB. Muito pelo contrário, tudo que está acontecendo passou por ele naquela reunião que articulou com o governador João Azevedo no primeiro semestre.

Se faz necessário esse pingo no i devido à onda de desinformação plantada por setores raquíticos da política paraibana, que ontem espalhou uma improvável chapa com Veneziano governador, Efraim Morais vice e Cássio senador, ainda na esteira da divergência política normal e salutar entre Veneziano e setores do governo, quando do episódio de troca de comando do Podemos.

A nomeação de Roberto Paulino para o cargo de secretário Chefe do Governo fortalece o MDB, foi gesto de respeito de João a importância do partido e reconhecimento à liderança do ex-governador, além de uma deferência ao brejo paraibano.

Ascensão de Jullys a partir de uma licença de Raniery é um afago de João à região de São Bento e ao grande líder Márcio Roberto, mas também uma releitura da importância de um partido de grande capilaridade como o MDB e ao jeito transparente e coletivista do senador Veneziano conduzir o partido, com fair play e de forma republicana.

Dércio Alcântara

Fonte: Blog do Dércio